A OMS estima que haja 422 milhões de pessoas diabéticas no mundo. Atualmente no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, há mais de 13 milhões de pessoas vivendo com essa doença, o que representa quase 7% da população.

 

Diabetes: o que é

A diabetes, doença caracterizada pelo aumento de glicose no sangue, afeta mais de 8% da população brasileira. Diante deste cenário, os profissionais da área estão cada vez mais alertas para identificar e tratar pessoas com a doença e isso inclui o dentista. 

 

Tipos de diabetes: 

  • Tipo 1: ocorre quando o pâncreas perde a capacidade de produção de insulina. Isso acontece por conta de um defeito do sistema imunológico que faz com que os anticorpos ataquem as células que produzem o hormônio.
  • Tipo 2: é desenvolvida devido à combinação de dois fatores: a diminuição na secreção da insulina e uma deficiência na sua ação que causa resistência. Com o passar do tempo, o diabetes tipo 2 pode se agravar. Medicamentos orais e injetáveis fazem parte do tratamento.
  • Pré-diabetes: ela antecede o diagnóstico do diabetes tipo 2. Nos exames de sangue, já é possível identificar que os níveis de glicose estão elevados. O pâncreas passa a produzir insulina em excesso na tentativa de controlar as taxas de açúcar.
  • Diabetes gestacional: durante a gestação, a mulher adquire resistência à insulina. A condição pode ou não se manter após o parto.

Essas alterações, a longo prazo,  levam  ao comprometimento da estrutura vascular dos órgãos.

A diabetes é responsável por 5% de todas as mortes no mundo por ano. Quando mal controlada, traz complicações como: doença renal, má circulação nos pés e membros inferiores, problemas de visão (glaucoma, catarata, retinopatia), problemas bucais e infecções por fungos ou bactérias na pele.

 

 

Diabetes na cadeira do dentista

Muitos brasileiros têm diabetes, mas não sabem, já que o diagnóstico geralmente costuma vir após os 40 anos. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, o principal fator de risco para a doença tipo 1 é a genética. Já para o tipo 2, a lista é maior: 

  • Pressão alta
  • Pré-diabetes (glicose de jejum alterada)
  • Colesterol alto
  • Síndrome metabólica – pai ou irmão diabéticos
  • Doença renal crônica
  • Síndrome de ovários policístico
  • Distúrbios psiquiátricos
  • Apneia do sono

 

 

Relação Diabetes X Dentista

A diabetes pode influenciar na saúde bucal, assim como as doenças da cavidade bucal podem prejudicar o controle da glicemia. Pacientes com diabetes apresentam alterações fisiológicas e têm alto risco de desenvolver problemas bucais por conta do descontrole da glicemia e interferência na produção salivar. Desta forma estão mais suscetíveis a infecções e distúrbios de cicatrização. 

O paciente portador de diabetes precisa de cuidados especiais no consultório do dentista. O profissional deve fazer uma anamnese para obter informações sobre o controle da doença, uso de medicamentos, alimentação e, o mais importante: saber a taxa de glicemia. Após todo esse protocolo, o tratamento só é iniciado quando o nível de glicose estiver dentro do recomendado.

Diabéticos com a doença mal controlada correm o risco de ter mais complicações dentárias. Os problemas vão desde dificuldade na cicatrização, maior sangramento durante uma cirurgia, mau hálito, infecções por fungos e bactérias e surgimento de doenças periodontais, que podem causar a perda do dente. Os cuidados com pacientes diabéticos na Odontologia envolvem ainda a escolha do anestésico, requisição de exames e orientações sobre as melhores técnicas de higiene bucal.

A gengivite e a periodontite, estágio mais avançado da inflamação na gengiva, inclusive com perdas ósseas, são os problemas mais comuns entre os diabéticos. As doenças periodontais podem alterar o nível glicêmico nesses pacientes, embora essas mudanças não sejam suscetíveis apenas a diabéticos.

Distúrbios de cicatrização e alterações fisiológicas, que reduzem a capacidade imunológica, aumentando a probabilidade de infecções, também são observados em pacientes com diabetes.

Essas condições exigem que diabéticos sejam tratados de forma TRANSDISCIPLINAR. Portanto, todos os profissionais da saúde envolvidos devem conversar para proporcionar melhor qualidade de vida possível.

 

Diabetes infantil e o papel essencial do Odontopediatra

Muitos estudos sugerem que a criança diabética possui um risco maior de desenvolver alterações bucais significativas. Portanto, a consulta com o Odontopediatra deve ser rotina no tratamento TRANSDISCIPLINAR das crianças diabéticas. 

Assim como no paciente adulto, a gengivite é um dos problemas mais frequentes, e já sabemos que essa inflamação pode evoluir para processos infecciosos que destroem os ossos que sustentam os dentes (PERIODONTITE). 

O atendimento odontológico preventivo em gestantes, bebês e crianças com diabetes evita as complicações orais que poderão se manifestar na adolescência e na vida adulta.



Saúde em dia 

Para evitar a progressão e gravidade da doença periodontal, comum em diabéticos, a recomendação é redobrar os cuidados com a higiene utilizando o fio dental, a escova e a pasta de dente. As visitas preventivas ao consultório odontológico também auxiliarão no controle da saúde bucal e do possível descontrole do diabetes. Todo paciente com comprometimento sistêmico, como a diabetes, deve ter uma rotina de visitas preventivas ao dentista para garantir a sua saúde de maneira integral.