Alimentação é muito mais sobre RELACIONAMENTO do que sobre comida!
Chegou a hora tão esperada pelos pais! O momento de iniciar a introdução dos alimentos sólidos na rotina do bebê. Esse processo deve ser leve e afetuoso. A informação é uma grande aliada dos pais nesse momento e pode amenizar seus anseios. Busque fontes e profissionais que compartilhem um olhar humanizado, mostrando que a hora de comer pode e deve ser de muito prazer, inclusive para os pais.
Mas o que é a INTRODUÇÃO ALIMENTAR?
Introdução alimentar não é só quando a criança começa a comer alimentos semissólidos e/ou sólidos, vai muito além disso! Trata-se de um processo de aprendizado, do aprender a COMER. Comer é uma das tarefas mais complexas que realizamos. Requer treino para desenvolvimento das habilidades. Imagine que para mastigar precisamos usar mais de 26 músculos diferentes, ainda sendo necessário coordenar a mastigação, a respiração e a deglutição. Diferente do que se imagina, isso não é uma função nata do ser humano como a sucção! Precisamos aprender, o que leva tempo, treino e muita paciência.
E tem mais, nesse período, a criança vai entender que comida dá saciedade. E aprender a decifrar os sinais internos de quando começar e quando parar (fome/saciedade), é fundamental para a autorregulação (CAPACIDADE INATA) e consequentemente evitar desvios nutricionais futuros.
A alimentação se desenvolve de maneira diferente ao longo da infância, e é influenciada pelos estágios de desenvolvimento físico, cognitivo, social e emocional da criança. Sendo assim, para iniciar a introdução de alimentos sólidos, além da idade – por volta dos 6 meses – é necessário observar os sinais de prontidão. Considerando que seu bebê é único, procure observar como ele está no desenvolvimento bio psicomotor, ou seja, se o seu bebê já está maduro (trato gastrointestinal e enzimas digestivas).
Vale lembrar, que NÃO EXISTE UMA FÓRMULA IDEAL, MAS O QUE É MELHOR PARA SUA FAMÍLIA! Não é sua família que deve se encaixar na abordagem, e sim, buscar a abordagem ideal para sua família. Isso, de acordo com sua rotina, hábitos, cultura e aceitação da criança.
Um processo de aprendizado pode levar tempo, assim o leite materno ou fórmula infantil continua sendo a principal fonte de nutriente do bebê até os 12 meses. Você não aprendeu a falar e andar de um dia para o outro, não é?
O leite materno pode ser oferecido a qualquer momento: antes, durante ou depois dos lanches e refeições. O leite materno não é só um alimento nesse caso, mas também a proteção, o conforto, a segurança e a tranquilidade para o bebê. Esses momentos, com as novas experiências alimentares, podem gerar certa ansiedade, estresse e desconforto.
Não existe uma regra por qual alimento começar, mas por qual NÃO começar, sim: SUQUINHO! Sucos devem ser oferecidos somente após o primeiro ano de vida. Se a criança recusar os alimentos em um primeiro momento, ofereça novamente depois de alguns dias, pois a recusa pode acontecer não porque a criança não gostou daquele alimento em específico, mas por estranhar a textura, aroma, sabor… TUDO É NOVIDADE!
E PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR: O QUE POSSO OFERECER A PARTIR DOS 6 MESES?
Frutas, vegetais, carnes (bovina, peixe, frango, porco…), cereais, ovos, leguminosas, raízes e tubérculos. É mais fácil falar o que NÃO oferecer, ao invés do que o que se PODE oferecer.
O que NÃO oferecer na introdução alimentar?
- Sal e caldos/tabletes/temperos industrializados.
- Mel, adoçantes e açúcares (demerara, mascavo, orgânico, cristal e de coco) e todas as preparações que contenham estes ingredientes.
- Sucos (mesmo os naturais), chá preto/mate e café.
- Peixe cru e carnes malpassadas.
- Leite (vaca, cabra, ovelha, todos) e “leites” vegetais.
- Oleaginosas (castanhas, amendoim e nozes).
- Produtos INDUSTRIALIZADOS: biscoitos, queijinhos petit suisse (danones), entre outros.
* Os derivados de leite (queijos, iogurtes, manteiga) e frutos do mar (camarão, lula, mexilhão, entre outros) devem ser avaliados individualmente pelo profissional de saúde que o acompanha.
Até os 2 anos estamos MODULANDO o PALADAR da criança. O excesso de sódio e aromatizantes – o hipersabor – diminui progressivamente a sensibilidade gustativa.
Desejamos que vocês possam proporcionar aos seus filhos um início de jornada alimentar com respeito, autonomia e prazer!
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(Fonte: Dra. Fabiana Galvão l Nutricionista infantil e consultora em alimentação)